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16/03/2014

MANEJO E CONSERVAÇÃO DE SOLOS

 Quando o solo é cultivado, passa a sofrer alterações na sua constituição física, química e biológica. Essas alterações têm como causas a destruição da cobertura vegetal, a desagregação da camada superficial do solo nos processos de aração e gradagem, a queima dos resíduos de culturas, a retirada das colheitas, o ataque da superfície do solo pelas águas das chuvas ou enxurradas, a movimentação de máquinas e implementos agrícolas, entre outras.
 Todas essas atividades, se não forem bem conduzidas no sentido de conservar as propriedades do solo, podem provocar a a destituição da matéria orgânica, a alteração da estrutura do solo, o adensamento e a compactação do solo e do subsolo, o empobrecimento em nutrientes e o aumento da acidez pode causar impacto na atividade e vida microbiana.
 Essas alterações podem ser intensificadas ou não, dependendo do tipo do solo, do clima e, sobretudo, do manejo. Entretanto, existem procedimentos e tecnologias que são capazes de manter ou até restaurar as propriedades do solo e, consequentemente, aumentar a sua produtividade.

Degradação do Solo e Erosão

 A degradação dos solos afeta as áreas agrícolas e naturais e pode ser considerada como um dos mais importantes problemas ambientais da atualidade. Segunda Guerra et al, cerca de 15% das terras são atingidas pela degradação, e a erosão hídrica e eólica é responsável por 56% e 28%, respectivamente, da dos solos no mundo.
 Esse processo de degradação se dá com: o desgaste das propriedades do solo, a perda de massa de solo e de nutrientes pela erosão, a destruição da matéria orgânica do solo, a compactação, a poluição, a acidificação do solo.

O que contribui para a degradação do solo?
São vários fatores, incluindo:


  • desmatamentos;
  • queimadas não controladas;
  • uso intensivo do solo;
  • excesso de fertilização do solo;
  • uso indiscriminado de pesticidas e herbicidas;
  • construção de obras civis em solos frágeis;
  • má disposição do lixo e dos resíduos industriais.



Isso proporciona riscos tanto para o meio ambiente quanto para a saúde da população. Vale resaltar que um dos principais agentes causadores da degradação do solo é a erosão.
 A erosão do solo representa consequências negativas para o agricultor e sua família, pois além de destruir sua terra, reduz a produtividade agropecuária, levando o agricultor à descapitalização e obrigando -o ao êxodo rural, agravando os problemas socioeconômicos e ambientais dos municípios e cidades.
 Pode ser classificada de acordo com os fatores que a originaram, bem como com os agentes causadores.

Tipos de Erosão


  • Erosão Geológica ou Natural - causada por fenômenos naturais que agem na crosta terrestre durante a formação do solo.



  • Erosão Acelerada ou Antrópica - ocorre quando o processo erosivo natural é intensificado pelo homem por meio das atividades agrícolas, construção de estradas e barragens, obras civis.




Quanto aos agentes causadores


  • Erosão Eólica - causada pelo vento. Ocorre em regiões planas, com pouca chuva, vegetação antural escassa e com ventos fortes.



  • Erosão Hídrica - causada pela água da chuva. É, portanto, mais comum em regiões tropicais, onde há incidência de chuvas de alta intensidade e em que as temperaturas elevadas são mais comuns.


 Esse tipo de erosão pode ocorrer na superfície do solo (erosão laminar) quando ocorre a perda da camada superficial, que quase não é notada pelo agricultor; erosão em sulcos, quando são formadas pequenas valas no solo; e erosão em voçorocas, mais severa quando são abertas grandes crateras que cortam o solo em grandes extensões.
 É interessante sabermos um pouco mais sobre esses tipos de erosão hídrica, uma vez que é a mais frequente nos solos brasileiros.


Causas da erosão hídrica

 Existem determinadas propriedades do solo que não podem ser ignoradas quando o solo é utilizado, sob pena de levá-lo à degradação em curto espaço de tempo.

 Os principais causadores da degradação do solo são a queima da matéria orgânica, a lavagem vertical dos nutrientes e argila (lixiviação), a retirada dos nutrientes pela colheita e a erosão.
 A erosão hídrica é a mais frequente nos solos brasileiros e é afetada pelo clima (vento, temperatura e intensidade/frequência das chuvas), solo (textura, estrutura, intensidade e forma de manejo), relevo (declividade do terreno, comprimento e regularidade das vertentes) e vegetação.

VOCÊ SABIA 
Que as chuvas em intervalos menores são mais erosíveis que aquelas caídas a maiores intervalos?

 Sobre a capacidade de as chuvas provocarem erosão é importante destacar: a intensidade, a distribuição e a quantidade que cai no solo.
 O índice que expressa a capacidade da chuva de provocar erosão é conhecido como erosividade.

Solo

  Outro elemento importante no fenômeno da erosão é solo, cujas propriedades como textura, constituição e disposição dos seus horizontes e o manejo são os fatores mais significativos na intensidade da erosão.
  A textura é uma das mais importante propriedades do solo relacionada com a erosão. Isso porque o domínio das frações areia fina e sile no solo favorece a erodibilidade, enquanto que percentuais elevados de areia grossa permitem maior permeabilidade da água e, portanto, menor erodibilidade. Geralmente, solos com teores elevados de argila possuem boa coesão e estabilidade estrutural.

  A estrutura do solo influencia na capacidade de infiltração e absorção da água da chuva e na capacidade de arraste das partículas do solo. Solos com estrutura granular, por exemplo, são bastante porosos e, por isso, permeáveis, favorecendo a infiltração da água da chuva e diminuindo a sua erodibilidade.
 A densidade do solo está inversamente relacionada com a porosidade e a permeabilidade. Por isso, em solos denso e compactados, a macroporosidade é menor e eles são mais erodíveis.

Cobertura vegetal

  A cobertura vegetal também influi na intensidade da erosão, pois atua como uma proteção natural contra o impacto das goras de chuva que causam a erosão hídrica. Ainda existem as raízes das planta, que "seguram" o solo, não deixando que as partículas se desagreguem com a força da enxurrada, forçando a infiltração no solo. Entre os venefícios que a cobertura vegetal fornece, temos:


  • proteção contra o impacto das gotas de chuva.
  • dispersão e quebra da energia das águas de enxurradas.
  • aumento da infiltração pela produção de poros no solo por ação das raízes.
  • aumento da capacidade de retenção de água pela estruturação do solo devido à incorporação de matéria orgânica vegetal.


Perda de nutrientes

  A perda de nutrientes arrasta com as partículas os nutrientes presentes na forma de compostos químicos, tanto em nível de macro quanto de micronutrientes, e é também influenciada pelos sistemas de manejo do solo.
  A aplicação de insumos (corretivos e fertilizantes) apenas superficialmente, sem incorporação ao solo, pode ocasionar a perda por erosão hídrica, levando à queda na produtividade das culturas e à poluição ambiental, cujos efeitos são cumulativos ao longo dos anos.

Assoreamento e poluição dos corpos hídricos

  O processo erosivo ocasionado pela ação das águas leva à remoção do solo e contribui para a contaminação e o assoreamento dos cursos de água.


Ente as consequências da elevada taxa de assoreamento e sedimentação provocada por processos erosivos, tem-se.

  • Prejuízo à navegação, pela diminuição da lâmina de água, provocada pela elevação do fundo do manancial.

  • Comprometimento da vegetação e da zona pesqueira pela alteração nos fluxos das correntes.

  • Aumento da turbidez da água, prejudicando a biota aquática.

  • Redução da capacidade de drenagem dos rios,  aumentando o risco de inundações.

  • Os sedimentos carreados contêm produtos químicos que podem poluir as águas, aumentando os níveis de nitrogênio e fósforo, e, consequentemente, causando eutrofização.

  • Aumento do custo da geração de eletricidade e captação de água para o abastecimento de centros urbanos.






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